A obesidade é uma doença crônica e não somente um problema de excesso
de alimentação. A doença, em muitos países mais frequente e mais grave
que a desnutrição, traz sérios problemas de saúde e baixa expectativa de
vida. Estudos comprovam que o risco de morte dos obesos é dez a doze
vezes maior que o de alguém da mesma idade e com o peso nos limites
normais.
O crescimento da obesidade é preocupante. No Brasil, a população de
obesos aumentou 90% nos últimos 30 anos e cerca de 40% das pessoas
apresentam grau de excesso de peso, sendo a doença mais comum no sexo
feminino, tanto no Brasil quanto mundialmente.
O QUE É SER OBESO?
A melhor forma para definir a obesidade é calculando o Índice de Massa
Corporal, o IMC, reconhecido como método padrão internacional para avaliar
o grau da doença.
O índice a qualifica em Leve, Severa, Mórbida e Super Mórbida e é calculado
com a seguinte formula: peso/altura 2 . De acordo com a classificação, a
pessoa com IMC entre 20 a 25Kg/m 2 tem peso normal; de 25 a 30Kg/m 2 ,
sobrepeso; de 30 a 35Kg/m 2 , obesidade leve; de 35 a 40Kg/m 2 , obesidade
severa; de 40 a 50Kg/m 2 ,obesidade mórbida e, acima de 50Kg/m 2 , super
mórbida; os três últimos com o risco de morbidade e mortalidade.
CAUSAS
Por se tratar de uma doença multifatorial, não é possível diagnosticar e tratar
a obesidade partindo de apenas uma causa, em virtude de uma estar
acompanhada ou ser decorrente da outra.
Dentre elas podemos destacar a origem genética, à qual é atribuída a maior
responsabilidade; a presença de distúrbios psicológicos, como a ansiedade, e
endócrinos, caracterizados por alterações hormonais; depressão endógena;
mau hábito alimentar e vida sedentária.
CONSEQUÊNCIAS
As consequências são diversas e não atingem apenas o físico como também
a vida social. A doença traz sérias complicações na relação
doente/sociedade, que leva o obeso ao completo estado de isolamento,
reforçado pela dificuldade de locomoção, pela dependência, preconceito,
rejeição e a perda da auto-estima.
Os problemas de saúde, muitas vezes fatais, são denominados de co-
morbidades, como hipertensão arterial, diabetes, acidentes vasculares
cerebrais, doenças cardíacas e pulmonares, distúrbios respiratórios e
diversos tipos de câncer.
TRATAMENTO
Os tratamentos hoje disponíveis não promovem a cura, mas sim o controle da
doença. Dentre os utilizados estão as dietas, os moderadores de apetite, os
medicamentos, os hormônios, os exercícios, dentre outros, sendo que para
indivíduos com obesidade de últimos graus – Severa, Mórbida e Super Mórbida –
o único tratamento de eficácia comprovada é a Cirurgia Bariátrica.
Dr. João Alípio Noé, Cirurgião Bariátrico
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